O preço do leite pago ao produtor subiu pelo sétimo mês consecutivo, alcançando, em agosto, o maior patamar dos últimos seis anos em termos reais (descontando a inflação do período). No entanto, diferentemente dos meses anteriores, a maioria dos agentes de mercado consultados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, indicam estabilidade nas cotações para setembro.
Agentes consultados pelo Cepea apontaram que as elevações nos preços do leite ao produtor nos últimos meses estavam sendo sustentadas pelo consumo aquecido da população que, mesmo com a valorização dos derivados lácteos nas gôndolas dos supermercados, não deixava de adquirir esses produtos.
Agora, os preços dos derivados tendem a se estabilizar, principalmente os do leite UHT, já que o consumo pode não se sustentar. Além disso, o movimento de recuperação da produção de leite segue firme, ainda que este seja período de entressafra.
Em agosto, o preço bruto do leite pago ao produtor (que inclui frete e impostos) calculado pelo Cepea atingiu R$ 1,0861/litro – média ponderada pelo volume captado em julho nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. Em relação ao mês anterior, a média registrou alta de 3% (ou de 3,2 centavos/litro) e, frente a agosto/12, o aumento, em termos reais, é de expressivos 20%. O preço líquido chegou a R$ 1,0143/litro, elevação de 3,5% (ou de 3,5 centavos/litro) em relação a julho/13.
Representantes da indústria salientaram que os preços do leite UHT e do queijo muçarela no atacado de São Paulo chegaram ao limite, visto que o consumidor não deve absorver novos aumentos nos preços. Dessa forma, a tendência é que haja uma manutenção nos valores dos derivados em setembro. No estado de São Paulo, até o dia 28 de agosto, o leite UHT e o queijo muçarela registraram médias de R$ 2,34/litro e de R$ 13,17/kg (aumentos de 4% e de 2,3% em relação a julho), respectivamente – esta pesquisa do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).
Simultaneamente, a produção de leite aumentou em praticamente todos os estados da pesquisa, subindo, em média, 4,05% em julho, segundo o Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-Leite). O frio intenso registrado em julho, principalmente no Sul do País, “esfriou” a produção da região, que avançou 5,3% frente aos 10,5% verificados no mês anterior. Porém, diferentemente do que normalmente ocorre em julho nos estados de SP, MG, GO e BA, a captação aumentou novamente.
Fonte: Canal do Produtor