Preços do milho começam a reagir

Nos três primeiros pregões de julho, já recuperaram 2,31%, com franco viés de alta

Depois de um longo período de queda, finalmente os preços do milho voltaram a reagir nos últimos sete dias úteis, aponta a T&F Consultoria Agroeconômica. “Ainda não superaram o nível de resistência dos últimos 30 dias, mas estão a caminho”, afirmam os analistas de mercado.

Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP), o preço do milho na praça de Campinas (SP) fechou o mês de Junho em queda de 3,31%, mas, nos três primeiros pregões de julho, já recuperaram 2,31%, com franco viés de alta. E o que está impulsionando os preços?

Fatores positivos

* Relatos de quebra ou más condições do milho em alguns estados do Sul e do Centro-Oeste;

* Retorno do dólar, depois de queda acentuada: o dólar chegou a encostar em R$ 6,00, depois caiu para abaixo de 5,00 e retornou esta semana para níveis de R$ 5,25-5,30 novamente. Cada vez que o valor do dólar em reais aumenta, os preços do milho brasileiro ficam mais competitivos no mercado internacional e a exportação enxuga um pouco do volume disponível, deixando apreensivos os compradores do mercado interno, pela razão a seguir;

* Redução de 1,25 milhão de toneladas no estoque final da safra 2019/20, para o segundo menor nível dos últimos 8 anos. Com isto, qualquer volume adicional que a exportação leve, certamente fará falta no mercado interno;

* Aumento da exportação das três carnes – bovina (+39,1%), suína (+62,99%) e de frango (+4,13%), que demandam mais milho e garantem a alta dos preços do cereal no mercado interno;

* Alta dos preços dos combustíveis que retomam a demanda por milho destinado à indústria de etanol do Mato Grosso, voltando a enxugar estoques que tinham sido disponibilizados para confinamentos do estado.

Fatores negativos

* Parte da área de algodão do Mato Grosso migrou para o milho Safrinha, aumentando a oferta deste estado, que já era grande;

* Estoques de alguns compradores, que aumentaram os volumes comprados durante o período de queda do milho, quer comprando físico, quer comprando contratos na B3.

“A pergunta que alguns vendedores se fazem é até onde pode ir o preço do milho? Isto ninguém sabe. Se alguém disser que sabe ou cravar um número, é mentira, embora você tenha que ter objetivos quando vende ou deixa de vender – e esta é uma questão pouco importante. O que importa é você conseguir fazer operações lucrativas entre compra e venda, seja no físico, seja na B3”, concluem os analistas da T&F.

Fonte: Agrolink

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