Valor cresceu 5% em relação a 2018, puxado, principalmente, por milho, algodão e cana-de-açúcar. Cidades de Mato Grosso e Bahia lideram ranking de produtores.
O valor da produção agrícola do país bateu um novo recorde, ao atingir R$ 361 bilhões em 2019, expansão de 5,1% em relação a 2018, puxada pelo aumento do valor das safras de grãos, com destaque para o milho (+26,3%), algodão (+24,8%) e cana-de-açúcar (+5,3%).
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (01) no relatório Produção Agrícola Municipal 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os principais fatores que ajudaram no resultado foram:
- Preço das principais commodities em alta;
- Valorização do dólar em relação ao real;
- Demanda externa aquecida;
- Clima favorável;
- Bons resultados das últimas safras.
Principais Municípios
Dos 50 municípios com os maiores valores da produção agrícola, 22 pertenciam a Mato Grosso (MT) e somaram R$ 37,1 bilhões. Goiás, Bahia e Mato Grosso do Sul vieram na sequência, com seis cidades cada um.
Os três primeiros colocados foram Sorriso (MT), Sapezal (MT) e São Desidério (BA), cidade baiana que tinha conquistado o primeiro lugar em 2018.
Sorriso respondeu, sozinho, por 1,1% da produção nacional no ano passado, retomando, assim, a posição perdida para São Desidério em 2018.
Com importante participação na geração de grãos, a cidade mato-grossense se destacou como o maior produtor nacional de milho e soja: 3,2 milhões de toneladas de milho, crescimento anual de 11,4%; e 2,1 milhões toneladas de soja, queda de 4,0%.
Já Sapezal (MT), teve destaque na produção de seis produtos: algodão herbáceo (em caroço), soja, milho, feijão, arroz e girassol. Somente o algodão chegou a 894,8 mil toneladas, crescimento de 18,2%, o que representou um valor da produção de R$ 1,9 bilhão.
Esse volume fez com que o município se destacasse como o maior representante da cultura no país, com participação de 13% do total nacional.
São Desidério também contou com o impulso da cotonicultura (cultivo de algodão) que gerou R$ 1,5 bilhão, alta de 2,7%. No total, foram produzidas 592,7 mil toneladas, tornando a cidade baiana o segundo maior produtor de algodão do país.
A soja, porém, teve queda de 19%, totalizando 1,3 milhão de toneladas, com um valor da produção de R$ 1,4 bilhão, enquanto o milho registrou R$ 170,2 milhões, com retração de 39,6% em relação a 2018.
Por região
Dentre as cinco regiões do país, o Centro-Oeste alcançou o maior valor da produção agrícola, com R$ 107,9 bilhões, alta anual 12,2%, com a soja como principal lavoura, seguida do milho e da cana-de-açúcar.
Em seguida, está o Sudeste, com R$ 97,6 bilhões, com destaque também para a produção de cana-de-açúcar. O município de Unaí, em Minas Gerais, liderou o valor da produção na região, com as culturas de soja e milho.
No Sul, o destaque ficou com o Município de Guarapuava, no Paraná, que teve maior valor de produção R$ 772, 8 milhões dentre as cidades da região, puxada pela soja.
A oleaginosa também impulsionou a produção do Nordeste, junto com a cana-de-açúcar.