O agricultor de Mato Grosso deve semear mais soja na safra 2015/2016, mas a produção deve ter o menor crescimento desde a safra 201/2011. É a avaliação o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que revisou para cima sua projeção de área a ser plantada no estado.
De acordo com o Imea, devem ser semeados com soja 9,2 milhões de hectares. Na safra 2014/2015, foram 9,01 milhões (número também revisado pelos técnicos). Considerando um potencial de produtividade de 52,6 sacas por hectare, a expectativa é de uma produção em torno de 29 milhões de toneladas da oleaginosa na temporada que termina em junho do ano que vem.
“A nova área baseia-se na conversão de área de pastagem em agricultura observada há algumas safras. Apesar do crescimento contínuo, a nova temporada deve atingir o menor avanço da produção desde a safra 10/11”, ressaltam os técnicos do Imea, no boletim semanal sobre a cultura, divulgado nesta segunda-feira (10/8).
Além de revisar a área da safra passada, o instituto consolidou o cálculo de produtividade em 51,9 sacas por hectare e revisou para cima a projeção de safra, que chegou ao volume recorde de 28,08 milhões de toneladas de soja.
Preços
Ainda conforme o Imea, a semana passada foi de valorização para a soja em Mato Grosso. A cotação média do estado teve alta de 4,01% e chegou a R$ 59,87 a saca de 60 quilos. O principal motivo é a taxa de câmbio, que compensa a queda dos preços internacionais e impulsiona o valor do grão em reais. Na última semana, o dólar subiu 4,17%, atingindo a cotação de R$ 3,52, informa o Instituto.
O dólar não só elevou o preço e deixou o mercado mais atrativo para o produtor que ainda tem soja da safra 2014/2015 para vender. No entanto, ele ainda tem segurado o grão, a espera de preços ainda melhores. Segundo o Imea, a comercialização chegou a 91,8% do volume produzido na temporada passada. Em julho, o avanço foi de apenas 5,7 pontos percentuais.
O que está adiantada é a comercialização antecipada da safra nova, que chegou a 29,11% do estimado de produção para o ciclo 2015/2016. A proporção corresponde a 2,7 milhões de toneladas. O ritmo está 21,2 pontos percentuais mais acelerado em relação à safra 2014/2015.
“Isso ocorre por causa dos preços da safra futura, que registram média acima dos valores das últimas duas safras, dando bom ritmo à negociação dos contratos para 2016. A expectativa do mercado é de que o dólar siga elevado no curto prazo, podendo contribuir para as vendas futuras nos próximos meses”, informa o instituto, em seu boletim semanal.
Com o aumento do preço do grão, caiu a pressão do frete sobre os custos de produção. O transporte passou a representar 27,51% do valor do produto na semana passada. Na anterior, a proporção era de 28,88% do total. Um movimento que ocorreu mesmo com o aumento do preço do transporte em algumas das principais rotas de exportação.
De Sorriso a Paranaguá, por exemplo, houve elevação de 1,96% na semana passada, com o valor médio de R$ 260 por tonelada. De Rondonópolis a Paranaguá, a alta foi de 2,86%, com a cotação média de R$ 180 por tonelada.
Fonte: Globo Rural