Produtores esperam colher até 140 sacas de milho por hectare, no Pará

Enquanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma queda de 17,5% na produtividade do milho de segunda safra no país, com média de 75 sacas por hectare, alguns produtores da região de Santarém, no oeste do Pará, esperam colher a melhor safra da história.

milho-lavoura-para (Foto: Agnelo França Correia/Arquivo Pessoal)
Lavoura de milho na região de Santarém, no Pará. Produtores esperam colher entre 130 e 140 sacas por hectare na 2ª safra 2020/2021 (Foto: Agnelo França Correia/Arquivo Pessoal)

Gabriel Stefanelo, produtor em Mojuí dos Campos e Belterra, antes distritos de Santarém, diz que, diante da expectativa de alta rentabilidade do grão, seu grupo familiar decidiu investir mais no milho de segunda safra neste ano e se deu muito bem porque a chuva tem sido generosa. Para julho, são esperados 129 mm de chuva. No ano, historicamente, Santarém recebe 3.109 mm.

“Já tivemos recorde na soja e agora, embora tenhamos a limitação de produzir em altitudes de até 170 m, devemos bater o recorde de  produtividade do milho, colhendo de 130 a 140 sacas por hectare na área de maior investimento. Na média, devemos ficar entre 90 e 100 sacas”, diz o produtor e engenheiro agrônomo, filho de um casal gaúcho de agrônomos que se mudou para o Pará em 1997 para trabalhar com arroz e hoje, além do arroz, soja e milho, cultiva milheto, gergelim e painço em uma área de 3.500 hectares.

O também gaúcho Agnelo França Correia é produtor de grãos e criador de gado de corte em Mojuí há 21 anos. Ele cultiva 1.000 hectares e também projeta uma produtividade de 120 a 130 sacos de milho nesta safrinha. Correia diz que não faltou chuva em nenhum momento e a colheita, que começa em agosto, deve ser muito boa.

O presidente do Sindicato Rural de Santarém, Sergio Sirsan, diz que a média da região, que planta cerca de 75 mil hectares de milho safrinha, deve ficar abaixo das 80 sacas, mas destaca que os produtores que investem mais em tecnologia vêm colhendo bons resultados.

Vanderlei Silva Ataídes, presidente da Associação dos Produtores de Soja, Milho e Arroz (Aprosoja) do Pará, conta que o Estado tem quatro regiões produtoras de grãos e a de Santarém tem se destacado na produção de milho segunda safra. Tanto que o lançamento da colheita neste ano vai ocorrer por lá no dia 21 de agosto. “Santarém é uma região privilegiada pelas chuvas e consegue boa produção de milho safrinha. Já Paragominas, maior pólo de grãos do Estado, planta milho verão.”

Pelos dados do mais recente levantamento da Conab, a área plantada de milho segunda safra do Pará cresceu 26%. A produção deve ser de 367,5 mil toneladas, ante as 339,4 mil do período anterior. Contando as duas safras, o Estado tem área plantada de 230,6 mil hectares (21,2% maior que a anterior) e uma produção de 974 mil toneladas ou 16,7% superior à safra 2019/2020.

Ataídes diz que a maior frustração dos paraenses neste ano ocorreu com a safra de soja. “A gente esperava colher 70 sacas por hectare, depois caiu para 58 e fechou com uma média geral de 52 sacas. A chuva foi razoável, mas a maior parte dos produtores registrou quebra. Estamos nos perguntando ainda o que aconteceu.

O Pará tem uma área plantada de quase 750 mil hectares de soja. A expectativa, segundo Ataídes, é romper em poucos anos a barreira de 1 milhão de hectares. “Estamos avançando muito e já está faltando terra para atender à demanda”, diz.

 

Por: Globo Rural

Cursos Online

Quer receber nossas matérias, reportagens e conteúdos em primeira mão?

Faça parte de nossos grupos – Central Ruralbook

Sugestões de pauta envie para:

Whatsapp: (94) 99220-9471 – Email: redacao@ruralbook.com