No campo e na vida, a sabedoria dos avós ainda ecoa: menos reclamação, mais ação.
“Reclamar demais e fazer de menos.” Essa frase simples, que atravessou gerações nas conversas de varanda e nas rodas de café, nunca foi tão atual. No agronegócio, ela carrega um alerta profundo: será que estamos realmente fazendo a nossa parte ou apenas repetindo um discurso coletivo de insatisfação? A falta de chuva, o preço do boi, o custo dos insumos e até o governo viram motivos para desânimo. Mas o verdadeiro desafio é olhar para dentro da porteira — e perceber que a mudança começa ali.
O reflexo da insatisfação coletiva
Antes de mais nada, é preciso reconhecer que o produtor rural é, por natureza, um batalhador. Acorda cedo, enfrenta o sol, a seca, a burocracia e o mercado. No entanto, nos últimos tempos, o hábito de reclamar tem se tornado quase um padrão comportamental. Quando um reclama, o outro repete, e em pouco tempo cria-se uma corrente de pessimismo.
Essa reação em cadeia tem explicação: o ser humano tende a se alinhar emocionalmente ao grupo em que vive. Se o vizinho reclama do preço da arroba, o outro se sente no direito de fazer o mesmo — mesmo que sua realidade financeira esteja equilibrada. É um fenômeno psicológico chamado contágio emocional. O problema é que essa energia negativa contamina o ambiente produtivo e bloqueia a criatividade e a ação.
A psicologia da ação no campo
Ao passo que reclamar alivia momentaneamente, agir transforma de verdade. Muitos produtores se prendem à ideia de que “as coisas estão ruins” e esquecem que há sempre algo que pode ser melhorado. Pergunte a si mesmo:
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Estou realmente fazendo tudo o que posso para aumentar a produtividade da minha fazenda?
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Já revisei meus custos, sistemas e manejos para encontrar gargalos?
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Tenho buscado conhecimento, inovação e planejamento?
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Ou estou apenas esperando que o mercado mude por conta própria?
Essas perguntas, quando respondidas com sinceridade, têm o poder de tirar o produtor da inércia. Porque reclamar é fácil, mas planejar e executar exigem coragem.
Nem tudo que parece ruim é realmente ruim
Um ponto importante que muitos esquecem é que o agro é um sistema interligado. Se o preço do boi sobe, o custo dos insumos e da reposição também tende a subir. Se o milho barateia, pode ser bom para o confinador, mas ruim para o agricultor. Ou seja, não existe um lado “certo” e outro “errado”. Existe um equilíbrio — e é nele que o produtor deve se apoiar.
Às vezes, manter-se estável é mais vantajoso do que parecer estar em alta. O segredo está em entender que o lucro não depende apenas de preços altos, mas de gestão eficiente, planejamento e visão estratégica. Reclamar não muda o mercado, mas se planejar muda o rumo da fazenda.
O poder da mentalidade proativa
O produtor que enxerga o problema como oportunidade sai na frente. Em vez de reclamar da estiagem, ele investe em cisternas e sistemas de irrigação. Em vez de se queixar do preço do boi, ele busca alternativas como a terminação intensiva a pasto, confinamento de pequeno porte ou melhoria genética. Em suma, enquanto uns reclamam, outros prosperam.
E talvez essa seja a maior lição dos nossos antepassados: quem trabalha com fé, disciplina e propósito, colhe resultados — mesmo quando o cenário parece desfavorável.
Menos queixa, mais atitude
Reclamar é humano. Mas permanecer reclamando é improdutivo. O campo precisa, mais do que nunca, de produtores que pensem fora da caixa, que façam o que precisa ser feito e que inspirem os outros a agir. Porque quando o agro se une em torno da ação — e não da lamentação — o resultado é um setor mais forte, mais respeitado e mais rentável.
Fontes:
Ruralbook / Embrapa / CEPEA / Observatório do Agronegócio
Essas fontes foram utilizadas para garantir uma abordagem precisa e detalhada da matéria.
Jornalismo Ruralbook
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