Evento climático foi atípico, segundo especialista
A seca que atingiu o estado do Tocantins fez com que as plantações de mandioca sofressem uma queda considerável na produção. O fenômeno El Niño colaborou com a falta de chuvas na região e mesmo agora o clima estando em um período de neutralidade, ou seja, sem a influência do fenômeno, os prejuízos estão sendo contabilizados até hoje. “O El Niño foi muito forte e prejudicou a cultura. Aqui na região temos o solo muito frágil, de textura arenosa e a falta de chuvas contribuiu para a situação ficar pior. As mudas que já estavam no campo terão um impacto claro no rendimento”, analisa Balbino Antonio Evangelista, geógrafo e supervisor de núcleo de sistemas agrícolas da EMBRAPA de Palmas (TO).
Como a mandioca é uma cultura que demanda mais tempo de campo, plantar na época e no local certo é fundamental. “O sol ou o tempo nublado não influenciam muito. O essencial para uma boa colheita são as chuvas bem distribuídas durante esse período”, conta. Para tentar evitar o prejuízo quando as precipitações não vêm, são necessárias algumas técnicas de plantação. “Os produtores não fazem o calcário (correção do solo para combater a acidez). Alguns detalhes como esse e certas tecnologias minimizam os impactos climáticos para a produção. Conhecer o regime hídrico da região também é importante”, analisa Balbino.
Apesar da atual situação, Balbino afirma que os eventos climáticos não costumam afetar tanto a mandioca como aconteceu neste ano. “A queda na colheita da cultura foi atípica. A tendência é que as chuvas se normalizem e as plantações voltem ao seu ciclo normal”, finaliza.
De acordo com a meteorologista da Climatempo, Bianca Lobo, sem o El Niño as condições são favoráveis ao retorno das chuvas no Tocantins ao longo da Primavera, que começa no próximo dia 22 de setembro, às 11 horas e 21 minutos, horário de Brasília.
Fonte: Notícias Agrícolas