Os recursos que eventualmente forem devolvidos serão redistribuídos

Na semana passada, o governo se reuniu com os agentes financeiros para avaliar o ritmo de aplicação dos recursos equalizados, que nesta temporada segue uma regra de avaliação trimestral. O intuito é evitar o esgotamento precoce de recursos subsidiados e a retenção de valores pelas instituições financeiras para desembolso em determinada época do ano.
“Demos a oportunidade para que os agentes identificassem, dentro do volume de recursos programados, se terão dificuldade de aplicar e que pudessem devolver”, disse o secretário adjunto substituto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araújo, em conversa com jornalistas nesta sexta-feira (10/11).
Os recursos que eventualmente forem devolvidos serão redistribuídos. “Vamos avaliar à luz das necessidades do Plano Safra uma alocação apropriada para esses recursos”, explicou. A nova distribuição deverá ser feita em até 15 dias, completou Vaz. Em agosto, o governo já havia aberto a possibilidade de devolução. Na oportunidade, foram devolvidos R$ 7 bilhões em limites equalizáveis,
O secretário não confirmou se as instituições que não cumpriram o percentual de aplicação dos recursos equalizados serão ou não penalizadas. A intenção inicial do governo era manter esse controle e cortar os limites de agentes que não conseguissem atingir o desempenho informado previamente para o trimestre.
“Pode ter tratamento diferente a quem teve oportunidade de devolver e não se manifestou. No limite, ninguém quer penalizar ninguém, a não ser quem se escalou para operar os recursos do Plano Safra e ficou travado”, pontuou.
Uma fonte do mercado financeiro afirmou que das 21 instituições financeiras que receberam limites equalizáveis nesta safra, dez não cumpriram o percentual de aplicação no trimestre de julho a setembro. Outros quatro agentes aplicaram acima do índice definido.
Em outubro, o subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, disse à Globo Rural que faria uma reunião ampliada com os agentes financeiros para avaliar o primeiro trimestre da safra e para informar a penalização a quem não cumpriu o percentual mínimo de desembolso dos recursos com equalização no período.
“O objetivo não é penalizar, mas forçar as instituições financeiras a aplicarem. Está tendo uma pressão, produtores falando que está acabando linha de crédito, mas tem um monte de dinheiro de um monte de linha nos bancos. Não vamos ser maleáveis”, explicou na época.
Por: Globo Rural