Açúcar
O clima de início de safra fez com que os preços do açúcar cristal voltassem a cair no mercado spot de 1º a 5 de abril, primeira semana oficial da safra 2019/20 do Centro-Sul, segundo levantamento do Cepea.
Pouco mais de 30% da amostra das usinas de São Paulo consultada pelo Cepea já havia iniciado a moagem da cana da nova safra até sexta-feira, 5. No entanto, poucas são as unidades já produzindo o açúcar Icumsa até 180 da nova safra para venda no spot.
Dessa forma, a maioria dos volumes captados pelo Cepea nas negociações spot foi de estoques remanescentes da temporada 2018/19.
A média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, de 1º a 5 de abril, foi de R$ 67,87/saca de 50 kg, queda de 0,38% em relação à média de 25 a 29 de março (R$ 68,13/saca de 50 kg).
Boi
A curta oferta de boiadas dá sustentação às cotações da arroba do boi gordo. No fechamento da última segunda-feira (8/4) tivemos altas em oito praças pecuárias.
Em Paragominas-PA, o grande volume de chuvas tem dificultado os embarques, o que reduziu ainda mais a disponibilidade de matéria-prima para a indústria.
Na região, a ponta compradora iniciou a semana ofertando preços acima das referências e a cotação da arroba subiu 0,4% frente ao último levantamento (5/4).
Em São Paulo, o preço também subiu 0,6%, o que significa R$1,00/@ a mais frente à sexta-feira última. As escalas de abate paulistas giram em torno de cinco dias.
A maior demanda por carne na primeira quinzena do mês puxou o mercado atacadista de carne bovina com osso, e os preços fecharam com alta de 2,4% e o boi casado de animais castrados está cotado em R$10,34/kg.
Leite
O preço do leite UHT subiu na primeira semana de abril, após três semanas consecutivas de queda. Entre 1º a 5 de abril, a cotação média do derivado foi de a R$ 2,3927/litro – o menor preço mensal dos últimos cinco anos –, alta de 0,36% frente à semana anterior.
De acordo com colaboradores do Cepea, esse cenário se deve à melhora nas vendas, por causa do período de início de mês, e aos estoques controlados de laticínios.
Por outro lado, o queijo muçarela seguiu em baixa pela terceira semana seguida, reflexo do baixo consumo e das poucas negociações entre laticínios e atacados.
Assim, de 1º a 5 de abril, o preço médio foi de R$17,2804/kg, baixa de 0,26% em comparação à semana passada. Participe da pesquisa do leite UHT e do queijo muçarela no atacado de São Paulo e receba informações exclusivas. Envie um e-mail para leicepea@usp.br ou ligue para (19) 3429-8834.
Milho
As negociações envolvendo milho no mercado spot estão em ritmo lento e os preços, em queda. Segundo colaboradores do Cepea, vendedores têm limitado as vendas na expectativa de valores maiores no período de entressafra, enquanto compradores realizam apenas pequenas aquisições para repor estoques de curto prazo.
O movimento de queda nos preços é mais expressivo nas regiões ofertantes – como Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais –, onde o avanço da colheita aumenta a disponibilidade do cereal.
Nos mercados consumidores, como o paulista e o catarinense, o movimento de baixa é limitado. Em algumas regiões, os preços chegaram a subir, influenciados pela necessidade de compradores e pela restrição de vendedores.
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) teve queda de 0,9% entre 29 de março e 5 de abril, fechando a R$ 38,08/saca de 60 kg na sexta-feira, 5. Em março, o Indicador acumulou baixa de 9,2%.
Soja
A proximidade do encerramento da colheita de soja no Brasil e as expectativas quanto ao possível acordo comercial entre Estados Unidos e China – o que levaria o país asiático a voltar a comprar a oleaginosa norte-americana – têm levado sojicultores brasileiros a disponibilizar maiores lotes do grão no mercado.
Quanto à demanda doméstica, indústrias adquirem apenas volumes pequenos – parte das fábricas indica ter estoques até meados de maio, alegando que as vendas internas de farelo e de óleo estão reduzidas.
Além disso, com a finalização da colheita no Brasil, consumidores do complexo soja esperam adquirir volumes a preços menores.
Nesse cenário, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) recuou ligeiro 0,3% entre 29 de março e 5 de abril, a R$ 77,45/saca de 60 kg na sexta-feira, 5. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná permaneceu estável (+0,01), a R$ 72,52/sc de 60 kg no dia 5.
A queda no mercado doméstico foi limitada pela valorização dos contratos futuros na CME Group (Bolsa de Chicago). A alta internacional, por sua vez, esteve atrelada às estimativas de menor área a ser semeada com soja nos Estados Unidos.
Trigo
Apesar da oferta elevada de trigo no segundo semestre de 2018 e das expectativas de maiores estoques de passagens, as importações de trigo seguem firmes.
De acordo com pesquisadores do Cepea, a qualidade do produto colhido no ano passado ficou abaixo da expectativa, justificando a necessidade de importação, mesmo com as cotações externas em alta.
Segundo a Secex, em março, foram importadas 659,53 mil toneladas do grão, volume 8,9% superior ao de fevereiro e o maior desde julho de 2018. Deste total, 91,5% vieram da Argentina, 4,3%, do Paraguai e 4,2%, dos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo que ocorrem as importações, o excedente interno favorece as exportações. Em março, foram exportadas 125,27 mil toneladas, tendo como principais destinos a Indonésia e as Filipinas.
Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br e Scot Consultoria