Em 2022, censo aponta 6,95 milhões de bois confinados

A apuração do Censo de Confinamento DSM 2022 mostra um aumento de 4% sobre os 6,69 milhões mapeados pela equipe da empresa em 2021

O Censo de Confinamento DSM 2022, estruturado pelo Serviço de Inteligência de Mercado da empresa, foi apresentado nesta terça-feira (7) em coletiva de imprensa realizada presencial e virtualmente, em São Paulo (SP).

A apuração mostra um aumento de 4% sobre os 6,69 milhões mapeados pela equipe da DSM em 2021, o que mostra um ritmo frequente à medida que esse também é um número 4% superior aos 6,4 milhões identificados em 2020.

O rebanho de animais confinados esse ano mostra também uma alta significativa de 46% frente ao primeiro levantamento, em 2015, que registrou 4,75 milhões de bovinos produzidos no sistema intensivo de produção.

Do ponto de vista de viabilidade econômica, uma luz vermelha foi acesa. Se em 2020 o resultado econômico foi de R$ 737 por cabeça, em 2022 ele foi negativo em R$ 49. Outro número importante é da participação de confinamentos com mais de 10 mil animais: em 2020, eles eram 42% do total; em 2022, respondem por 51%.

“O confinamento é uma ferramenta estratégica e uma tendência que contribui para melhorar a produtividade do rebanho. Os pecuaristas brasileiros estão percebendo isso e se movimentando para adotar as altas tecnologias que temos disponíveis no mercado, ao mesmo tempo em que adequam as suas fazendas para receber essas soluções”, avalia Hugo Cunha, gerente técnico Latam de Confinamento da DSM.

E para impulsionar os resultados no confinamento, Hugo aproveitou a oportunidade para ressaltar a tecnologia como a parceira do pecuarista. No caso, os ingredientes desenvolvidos pela empresa para várias categorias animais, inclusive em confinamento, e que prometem ganhos de até uma arroba a mais de peso.

Desafios em 2022 e as perspectivas para 2023 – Internamente, apesar da retomada decorrente da flexibilização após a pandemia de Covid-19, o Brasil foi desafiado por várias questões, entre elas a alta na inflação que gerou impacto sobre o consumo de alimentos de maneira geral, em particular da carne vermelha; passando pelas questões relacionadas à guerra entre Rússia e Ucrânia que dificultou o acesso da produção agropecuária a insumos, e chegando até às volatilidades e incertezas comuns decorrentes da corrida eleitoral.

Para os especialistas da DSM, um ponto que ajudou a segurar o mercado foi o fato de as exportações de carne bovina baterem recorde, somando 190 mil toneladas em outubro, por exemplo, segundo dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex).

Os embarques da proteína para países como a China, que lidera o ranking de importadores, somado ao aumento da oferta e maior velocidade no ciclo de baixa de preços para todas as categorias animais, contribuíram para esse cenário apontando para o positivo.

Na cadeia do leite, porém, a pecuária foi prejudicada pelo fenômeno La Niña, que provocou uma entressafra antecipada, com custos de produção elevados que desanimaram o produtor. Mesmo assim, a oferta tende a melhorar no final do segundo semestre, com recuperação da produção e maior importação de laticínios.

“Mais uma vez, a pecuária de corte e de leite se mostrou essencial ao desenvolvimento do nosso país. Tivemos uma série de desafios ao longo desse ano, que foram tratados com muito cuidado pelos produtores, os verdadeiros protagonistas do nosso setor”, aponta Sergio Schuler, vice-presidente do negócio de Ruminantes da DSM para a América Latina.

Uso de tecnologias é chave para seguir – Ao reforçar o protagonismo da atividade pecuária na economia brasileira, contudo, Schuler não deixa de mencionar os avanços dos produtores para a adoção de tecnologia no campo, de modo a impulsionar os resultados buscando produtividade, eficiência e rentabilidade e, consequentemente, preservando o capital alocado na produção rural. 

Foto: Divulgação

“Muitos produtores passaram a entender melhor a importância de usar tecnologias nas fazendas, incluindo suplementação adequada para os animais se tornarem mais produtivos e saudáveis durante todo seu ciclo”, reforça o executivo. 

Para 2023, a DSM espera um ano de incertezas para o setor, mas com desenvolvimento e uso de tecnologias e maior concentração na produção agropecuária.

Quando o assunto é o segmento leiteiro, a companhia tem perspectivas de demanda ainda fragilizada, com o La Niña afetando o primeiro trimestre e custos ao produtor ainda elevados. 

Já sobre os bovinos de corte, a demanda externa vai continuar aquecida, com câmbio favorável. Apesar disso, a demanda interna ainda vai seguir sendo impactada, com possível melhora nesse final de ano e ao longo do próximo.“Teremos maior oferta de animais, o que inclui maior abate de fêmeas. Isso vai refletir diretamente na produção, que vai aumentar a partir desse ano, mas se prolongando principalmente em 2023 e 2024”, explica Schuler.

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