Medida amplia prazo para início da sobretaxa e garante isenção parcial para produtos estratégicos, mas carne bovina e café ficam de fora.

O tarifaço dos EUA contra produtos brasileiros ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira (30). O presidente americano Donald Trump oficializou, por decreto, a sobretaxa de até 50% sobre importações, mas prorrogou a entrada em vigor para 6 de agosto. Além disso, divulgou uma lista com quase 700 itens isentos da nova taxação, mantendo, no entanto, uma alíquota menor de 10%. A medida afeta diretamente o agronegócio brasileiro e levanta preocupações entre exportadores.
O que muda com a decisão
O decreto assinado por Trump impõe uma tarifa de 40% adicional à já vigente de 10%, totalizando 50% sobre determinados produtos. Porém, os embarques que já estiverem em trânsito até a nova data não sofrerão a cobrança extra, desde que tenham sido despachados antes de 6 de agosto.
Entre os produtos isentos da tarifa cheia estão derivados de petróleo e gás natural, ferro, aço e alumínio, celulose, fertilizantes, suco de laranja e aeronaves civis e peças. No entanto, café e carne bovina, dois dos principais itens da pauta de exportações brasileiras para os EUA, ficaram de fora da isenção e serão atingidos pelo aumento tarifário.
Impacto político e comercial
Trump associou a decisão à situação política brasileira, citando o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e críticas ao ministro do STF Alexandre de Moraes. As declarações reforçam a tensão diplomática e mostram que a medida não é apenas econômica, mas também política.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reagiu com firmeza após reunião em Washington com o secretário de Estado americano Marco Rubio, afirmando que “é inaceitável a ingerência na soberania nacional” e que o Judiciário brasileiro “não se curvará a pressões externas”.
Repercussão no agronegócio
Apesar da lista de isenções, a manutenção da sobretaxa para produtos estratégicos como carne bovina preocupa exportadores e pecuaristas. O Brasil é um dos maiores fornecedores dessa proteína para os EUA, e a medida pode reduzir a competitividade no mercado norte-americano.
Especialistas afirmam que o cenário exige atenção e planejamento por parte dos produtores e exportadores. No entanto, ainda há espaço para negociações diplomáticas que possam mitigar os impactos no setor.
O tarifaço imposto pelos EUA representa um desafio para o agronegócio brasileiro, especialmente para os segmentos não contemplados nas isenções. Produtores e empresas precisam acompanhar de perto as movimentações diplomáticas e buscar estratégias para manter a competitividade no mercado externo.
Confira a lista dos 7000 produto isentos.
FONTES
G1 / Valor Econômico / CNN Brasil
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Jornalismo Ruralbook
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