Preços do boi seguem firmes no Centro-Norte do Brasil

O mercado físico do boi gordo ainda apresentou negociações para a arroba acima da referência média ao longo da semana no Centro-Norte do país. De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, o destaque ficou com o Mato Grosso, estado que conta com escalas de abate encurtadas neste momento, mantendo um ritmo interessante de recuperação dos preços.

Iglesias diz que em São Paulo os preços voltaram a ceder e o espaço para novos reajustes do preço da arroba se mostra menor neste momento, com escalas mais confortáveis e com algumas indústrias ainda ausentes da compra de gado.

Os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 8 de dezembro:

* São Paulo (Capital) – R$ 290,00 a arroba, ante R$ 295,00 na semana passada, queda de 1,69%.

* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 285,00 a arroba, contra R$ 280,00 na última semana, aumento de 1,79%.

* Goiás (Goiânia) – R$ 285,00 a arroba, avanço de 1,79% ante os R$ 280,00 praticados na semana passada.

* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 270,00, estável frente à semana passada.

* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 260,00 a arroba, avanço de 1,96% frente aos R$ 255 praticados na semana passada.

Preços no atacado sinalizam estabilidade na semana

No mercado atacadista, Iglesias destaca que os preços voltaram a ficar acomodados no decorrer da semana, muito embora o ambiente de negócios volte a sugerir alguma alta dos preços no curto prazo, em linha com a entrada dos salários na economia no decorrer da primeira quinzena do mês. “Além disso, os elementos de consumo inerentes ao último bimestre seguem presentes no mercado, a exemplo da criação de postos temporários de emprego, entrada do décimo terceiro salário e demais bonificações típicas ao período”, pontua.

O quarto traseiro foi precificado a R$ 21,90 por quilo, estável frente à semana passada. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 16,30 o quilo, também sem modificações frente à última semana.

Exportações

Depois de oito meses seguidos ficando acima de US$ 1 bilhão mensal em receita, as exportações totais de carne bovina arrefeceram em novembro e a entrada de divisas ficou em US$ 872,7 milhões. Em volume, a movimentação também apresentou queda: os últimos quatro meses foram de exportações acima de 200 mil toneladas e em novembro caíram para 173.783 toneladas. As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou os dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério da Economia.

Segundo a ABRAFRIGO, no acumulado do ano as exportações totais de carne bovina já alcançaram a soma de US$ 12,2 bilhões em receita, contra US$ 8,5 bilhões no mesmo período de 2021, num crescimento de 44%. No volume, a movimentação até novembro atingiu 2.158.786 toneladas, em comparação com as 1.716.000 toneladas do ano passado, crescimento de 25,8% sobre 2021.

As importações de carne bovina da China, até novembro, proporcionaram uma receita de US$ 7,48 bilhões, num crescimento de 93% sobre 2021, com US$ 3,88 bilhões. No volume, o crescimento foi um pouco menor. Até novembro foram 1.149.242 toneladas destinadas a China, contra 722.451 toneladas no mesmo período de 2021, aumento de 59%.

Neste ano, os Estados Unidos se transformaram no segundo maior importador do produto brasileiro. Em 2021 suas compras proporcionaram uma receita de US$ 801,7 milhões e em 2022 ela já alcançou US$ 904,1 milhões (+ 12,8%). No volume, as importações foram de 117.805 toneladas em 2021 e de 173.141 toneladas em 2022 (+47%).

O Chile ficou na terceira posição, mesmo com uma redução nas compras, com receitas de US$ 360,1 milhões (-29,2%) e um volume de importação de 71.858 toneladas (-27,5%). Em quarto lugar ficou o Egito, com receita de US$ 356,4 milhões (+ 62,1%) e movimentação de 93.994 toneladas (+ 69,7%). Hong Kong proporcionou uma receita de US$ 308,9 milhões (-61,1%) e uma movimentação de 88.535 toneladas (-57,1%) e, com isso, ocupou a quinta posição entre os maiores importadores. No total, 110 países aumentaram suas aquisições, enquanto que 57 reduziram as compras. As informações partem da assessoria de imprensa da ABRAFRIGO.

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