Tarifa dos EUA trava envio de carne bovina e acende alerta no agro

Setor suspende exportações após tarifa de 50% anunciada por Trump, afetando frigoríficos e produtores rurais

imagem ilustrativa criada por IA.

Frigoríficos brasileiros começaram a interromper a produção de carne bovina destinada aos Estados Unidos. A decisão foi confirmada por Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), em entrevista nesta terça-feira (15). A medida ocorre poucos dias após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, impactando diretamente o segundo maior mercado consumidor da carne bovina brasileira.

Exportação de carne bovina brasileira enfrenta impacto direto com tarifa imposta pelos EUA

O setor de exportação de carne bovina no Brasil está sentindo os efeitos imediatos da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos. Segundo Roberto Perosa, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), frigoríficos nacionais já começaram a interromper a produção destinada ao mercado norte-americano. A declaração foi feita nesta terça-feira (15), após reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin e outras lideranças do agronegócio.

Com a nova medida, o Brasil perde competitividade no mercado americano. “Com essa taxação se torna inviável a exportação de carne bovina aos EUA, que é o nosso segundo maior comprador”, afirmou Perosa. Atualmente, os Estados Unidos respondem por cerca de 12% das exportações brasileiras do setor, ficando atrás apenas da China, que absorve quase metade da carne bovina exportada pelo país.

Além disso, Perosa chamou atenção para um problema urgente: há cerca de 30 mil toneladas de carne já nos portos ou em trânsito para os Estados Unidos, representando aproximadamente US$ 160 milhões em produtos que correm risco de se tornarem economicamente inviáveis.

Paralisações já começaram em frigoríficos regionais

No Mato Grosso do Sul, por exemplo, frigoríficos suspenderam a produção para o mercado norte-americano. A informação foi confirmada pelo Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do estado (Sincadems), que alertou sobre o risco de acúmulo de estoques. Segundo o vice-presidente do sindicato, Alberto Sérgio Capucci, a suspensão foi estratégica para evitar prejuízos maiores.

Setores do agro temem efeito dominó

A preocupação com a taxação não se limita à carne bovina. Outras cadeias produtivas também se manifestaram. O presidente da CitrusBR, Ibiapaba Netto, alertou para os impactos no início da safra de suco de laranja. “A gente tem uma safra inteira para ser colhida, sem saber se o segundo maior mercado estará disponível ou não”, disse.

No setor de frutas, Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas, destacou que a produção de manga para os EUA, planejada há mais de seis meses, também corre risco. “Essa safra representa 2.500 contêineres. Não temos logística para redirecionar esse volume para a Europa ou mercado interno”, explicou.

Governo não pedirá adiamento, diz Alckmin

Apesar da pressão, o governo brasileiro decidiu não solicitar o adiamento do início da taxação, marcada para 1º de agosto. A decisão, anunciada pelo vice-presidente Alckmin, preocupa o setor produtivo, que vê pouco tempo para reagir ou reorganizar a logística de exportação.

A tarifação americana sobre a exportação de carne bovina brasileira marca um novo capítulo nas relações comerciais entre os dois países, com impactos profundos em cadeias produtivas que sustentam grande parte do PIB agropecuário. O momento exige planejamento, articulação internacional e suporte às cadeias afetadas para evitar um efeito dominó no campo e nas agroindústrias.

FONTES
G1 / Ministério da Agricultura / Abiec
Essas fontes foram utilizadas para garantir uma abordagem precisa e detalhada da matéria.

Jornalismo Ruralbook

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